Michel Temer comemorando o impeachment de Dilma Rousseff - Foto: Reprodução
Jornal GGN - Após o terremoto provocado no nome do
presidente Michel Temer e do senador e até então um dos principais
aliados do governo, Aécio Neves (PMDB-MG), sendo ele responsável por
grandes nomeações ministeriais e de segundo escalão, a delação da JBS
traria ares incomuns no contexto da Operação Lava Jato e de sua
repercussão na imprensa se não atingisse nomes do PT.
É nesse cenário que, apesar do choque provocado pela notícia de que
o mandatário peemedebista deu aval para a compra do silêncio do
ex-presidente da Câmara já preso, Eduardo Cunha (PMDB), os irmãos Wesley
e Joesley Batista teriam também incriminado os ex-presidentes Luiz
Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
A notícia veio à tona após as primeiras manchetes de O Globo e
Estadão contra Temer e Aécio começarem a se dissolver. Já por volta das
19h desta quinta-feira (18), a revista Época foi a primeira a destacar:
"JBS mantinha conta na Suíça com R$ 300 milhões em propina do PT".
Segundo o material divulgado, o próprio empresário dono da JBS,
autor das delações que paralisaram o Brasil e atingiram em cheio o
governo, Joesley Batista tinha uma conta secreta na Suíça controlada por
ele. Mas a tal conta beneficiaria terceiros, ou melhor, o PT.
O que Joesley em tese contou à Procuradoria-Geral da República
(PGR) é que a conta em seu nome na Suíça serviria para alimentar propina
à sigla, como contrapartida por benefícios obtidos pela JBS junto ao
BNDES nos governos do PT. Até o momento, a reportagem não esclarece se o
empresário trouxe mais materiais de prova, citando apenas uma planilha
que indica os montantes.
Mas na delação, o dono da JBS disse que o dinheiro era sacado no
Brasil em nome do ex-presidente Lula e por ordem dele, às vezes por meio
do ex-ministro Guido Mantega, e ocorreu também durante as campanhas do
partido em 2010 e 2014, quando Dilma disputava.
Segundo as informações, os recursos eram entregues de três formas:
em espécie, depositados em contas de terceiros (laranjas) supostamente
indicados pela sigla ou por Lula, e transferidos a contas oficiais de
campanhas do PT, declaradas à Justiça. Joesley disse que parte desse
montante serviu para a compra de apoio de partidos pequenos durante a
campanha da presidente cassada Dilma Rousseff, em 2014.
Menos de uma hora depois da publicação no site da revista Época, a
coluna de Eliane Cantanhêde, no Estadão, exaltou: "JBS implode também
Lula, Dilma, Renan e Serra". Segundo ela, as delações dos irmãos
empresários iriam "explodir" nesta sexta-feira (19) e atingiriam
"mortalmente" primeiro Lula e Dilma.
De maneira ainda mais vaga, a coluna publica que "quem teve
informações sobre o material" diz que o acordo fechado pelos irmãos
Batista supera os impactos das delações do ex-executivos e funcionários
da empreiteira Odebrecht e que o "resultado é considerado devastador".
Cantanhêde conclui que o novo episódio esperado para esta sexta
"arrasta para o fundo do poço não apenas o presidente Michel Temer e o
senador Aécio Neves", mas "o próprio mundo político". "Esta sexta-feira
será mais um novo dia para nunca ser esquecido na história brasileira",
expõe confiante.
Se as delações da JBS não param em Temer e Aécio, resta saber se o
que poderá vir à tona nesta sexta-feira deixará as primeiras informações
de Joesley Batista diretamente contra o atual presidente da República e
seu aliado tucano nas editorias de "notícia velha".
Nenhum comentário:
Postar um comentário