sábado, 20 de maio de 2017

POLÍTICA - Cadê a ética?


Braço direito de Janot vira advogado dos açougueiros

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A colunista Vera Magalhães, do Estadão, traz mais uma informação estarrecedora sobre as promiscuidades ocorridas na Procuradoria Geral da República.
Depois de ser revelado que Rodrigo,  irmão de um integrante da “Força Tarefa” da Lava Jato, Diogo Castor de Mattos, atua na delação premiada de João Santana, noticia-se que “o ex-procurador da República Marcelo Miller, um dos principais braços-direitos de Rodrigo Janot no Grupo de Trabalho da Lava Jato até março deste ano, passou a atuar neste ano no escritório que negocia com a Procuradoria Geral da República os termos da leniência do grupo JBS”.
Vera diz que ele era o maioral nas delações que incluiam gravações: “Miller esteve à frente de delações como a do ex-diretor da Transpetro Sergio Machado e do ex-senador Delcidio do Amaral.”
A saída de Miller da PGR foi anunciada no dia 6 de março na coluna de Ancelmo Goes, quando já estavam em curso as tratativas para a delação da JBS. Virou sócio do escritório em abril, segundo sua página no Linkedin. Diz a PGR que há uma cláusula em que ele não trabalharia nos acordos de leniência.
Então, tá.
Sem nenhuma acusação sem provas contra o procurador, é obvio que para largar uma carreira estável e bem remunerada – certamente acima de R$ 30 mil – com 19 anos de serviço público a oferta foi tentadora.
Tão tentadora que sua ex-excelência, como diria o coronel Jarbas Passarinho, mandou às favas os escrúpulos de consciência que pudesse ter, idem o cargo de procurador da República  e foi advogar para os açougueiros.
A carne é fraca. Até mesmo a carne do braço-direito do Janot.

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