sábado, 17 de dezembro de 2016

POLÍTICA - O que não faltam são provas para incriminar o mineirinho e o Serra.


Delação mostra laranja da Odebrecht que o Tijolaço apontou em março

leyrozmarco
Manchete do Estadão, o trecho da delação premiada da Odebrecht que revela o uso da Cervejaria Petrópolis como intermediária de suas doações a políticos aponta operações que eram feitas usando duas empresas como fachada para a doação dos recursos a políticos: a Praiamar e a Leyroz, registrada em nome do sonegador de impostos Roberto Luis Ramos Fontes Lopes, “testa de ferro” de Walter Faria, da Petrópolis.
Com o devido perdão dos procuradores, que precisam de ameaças de prisão e coação, este modesto blog já tinha apontado em março deste ano as transferências da Leyroz – que toda a imprensa tratou como legais – como parte de um financiamento clandestino a Aécio Neves em 2010.
Puxando o fio da meada que se revelou aqui, Marcelo Zelic, do GGN, apurou que pelo menos R$  4 milhões foram repassados pela empresa de fachada para o PSDB, sendo R$ 1,6 milhão para Aécio Neves e  R$ 1,2 milhão para José Serra, além de quantias menores para Beto Richa (PR), Geraldo Alckmin e Marconi Perillo.
E outros, como o  prefeito de Manaus Arthur Virgilio  ue afirmou ao Estadão que  recebeu, “de modo legal e com o devido registro na Justiça Eleitoral, R$ 80 mil, “a título de colaboração da empresa Odebrecht, através de sua subsidiária Leyroz de Caxias Indústria, Comércio e Logística” para a campanha de 2010”.
Subsidiária, um pinóia. Laranja!
Na época, Aécio defendeu-se dizendo que a doação era legal, mas ninguém falou que a Leroy era “laranja”, atuando apenas como “legalizadora” da doação que vinha, por triangulação, da Odebrecht e transferida do exterior.
“Durante as negociações, Luizinho [Luiz Eduardo Soares, funcionário do Setor de Operações Estruturadas, o departamento da propina da Odebrecht] prometeu contar como a Odebrecht injetou cerca de R$ 100 milhões em uma conta operada pelo contador do Grupo Petrópolis no Antígua Overseas Bank (AOB) e construiu fábricas em troca de dinheiro no Brasil disponível para campanhas eleitorais e pagamento de propina para agentes públicos.
No caso das doações, depois de compensada com pagamentos no exterior, em especial na conta Legacy no AOB, o Grupo Petrópolis utilizava algumas de suas empresas para efetuar os repasses para campanha de políticos por ordem da Odebrecht. Ao menos duas empresas, segundo Luizinho, a Praiamar e Leyroz Caxias, teriam sido utilizadas para escoar o dinheiro do departamento de propina para campanhas nas eleições de 2010 e 2012.”
Ironicamente, quando isto foi publicado, há 9 meses, eu pedia ajuda dos colegas da grande imprensa, que tem meios que um solitário blogueiro não têm, para aprofundarem a apuração da história.
Não tive nenhum mérito de “furo”, pois tudo o que apurei foi a partir de informações da própria grande mídia.
Infelizmente, o uso do cachimbo deixou a boca da imprensa torta – ainda mais quando se trata de tucanos – e ninguém vai atrás dos fatos: contentam-se com vazamentos e releases.
Vamos esperar que, ao menos, o Estadão tenha a dignidade de dar manchete neste sábado para a informação que, tardiamente, obteve assim.

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