quarta-feira, 22 de junho de 2016

POLÍTICA - Mais um moralista sem moral.

Moralistas, de cuecas, contra a corrupção.



pana
O advogado Danilo Amaral que, em nome da honestidade e (e de uma suposta indignação), achincalhou o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, num restaurante em São Paulo,
Armou o circo, vestiu-se com o manto da dignidade e proclamou, debochado:
Temos a ilustre presença do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que nos brindou com o programa Mais Médicos, da presidente Dilma Rousseff, responsável por gastos de 1 bilhão de reais que nós todos otários pagamos até hoje. Uma salva de palmas para o ministro.
O palerma não contava com as curvas do  destino.
Pois não é que o mesmo Amaral foi virar personagem da delação premiada  do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado?
Danilo Amaral aparece 18 vezes na delação premiada da família Machado. Ele é sócio da Trindade, “butique de investimentos” que recebeu 30 milhões de reais do esquema do petrolão. Segundo delação premiada de Expedito Machado, o Did, filho caçula do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, a Trindade, que aparece 65 vezes na delação, foi usada para lavar dinheiro do petróleo.
A frase clássica deveria ser outra: o moralismo é que é o último refúgio dos canalhas.
Não é a primeira vez: no dia seguinte  ao  17 de abril, dia do “circo da Câmara” – quando parlamentares orgulhosos de estarem votando SIM pela ‘pátria, filhos, família – tiveram membros destas augustas famílias assinando o livro de entrada no xilindró, por corrupção.

Assim como os senadores, que fizeram discursos calorosos da tribuna condenando o governo “corrupto” de Dilma Rousseff , pedindo o impeachment da presidenta para, dias depois, aparecerem na gravação dos delatores como beneficiários de milhões de reais..
O indignado empresário, logo após o episódio do restaurante, teve fama meteórica, ignorava, no entanto, os versos do satírico e implacável baiano, Gregório de Mattos Guerra: Quem sobe a alto lugar, que não merece/Homem sobe, asno vai, burro parece/(…)/Pois vá descendo do alto, onde jazia;/Verá quanto melhor se lhe acomoda/Ser homem em baixo, do que burro em cima.
Assim como o tempo, a internet é impiedosa com a hipocrisia.

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