A tática imperial da desintegração

Em artigo postado no site "Atualidade RT" nesta segunda-feira (24), a professora Yizbeleni Gallardo Bahena, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), alerta que "nos últimos anos o mundo experimenta em distintas regiões uma série de 'guerras de baixa intensidade' que, analisadas em conjunto, evidenciam uma estratégia de atomização de zonas chaves. A América Latina vive os embates do que parece ser uma tática de desintegração". Para a especialista em geopolítica, o Brasil é a bola da vez desta conspiração com objetivos políticos e econômicos.

"A República Federativa do Brasil é a sexta economia mundial, quinto país mais povoado e quinto país mais extenso do mundo. Sua superfície constitui quase a metade do território da América do Sul, e com exceção do Chile e Equador, tem fronteiras com todos os países da região. Tudo isto lhe dá um papel preponderante do ponto de vista geopolítico. O Brasil lidera constante estratégia de integração regional: a criação do Mercosul há 25 anos, junto a Argentina Uruguai e Paraguai, com a adesão da Venezuela, impulsionou o projeto ainda mais ambicioso da Unasur". A autora ainda cita a fundação dos Brics, "que se transformou em um bloco avassalador e provoca todos os alertas do ''stablishment' mundial. O Brasil é peça fundamental no mapa de recomposição geoestratégica internacional".

Estes e outros fatores explicariam, segundo a professora da UNAM, a atual onda desestabilizadora no Brasil - patrocinada por "especialistas em revoltas", "oportunistas" e "mercenários políticos". Para ela, o objetivo principal desta escalada é "promover a desintegração dos blocos que pretendem criar uma contrapeso econômico, político, territorial e militar aos grupos aos grupos que tem sustentado a sua hegemonia durante os últimos cinquenta anos... Integração 'versus' atomização é o que se enfrenta na América no dia de hoje e o Brasil é a chave para o futuro. A atomização gera subordinação, baixo desenvolvimento e pobreza; a integração gera prosperidade, inclusão e diminuição da desigualdade".