sexta-feira, 29 de agosto de 2014

POLÍTICA - Conversas de botequim.

Estadão desnuda a hipocrisia de Aécio com “cortes” de funcionários

Autor: Fernando Brito
hipocrita
Há hoje, no Estadão, uma matéria que deveria ser lida por todo brasileiro e brasileira sérios, que não gostam de discutir o serviço público com a estupidez supérflua de bêbados de botequim.
Mostra quanto a promessa de Aecio Neves em cortar um terço dos cargos comissionados representaria de economia.
0,4% da folha de pagamentos.
40 centavos em cada 100 reais gastos.
Mas o repórter Daniel Bramatti foi mais fundo.
Mostrou que Lula tornou obrigatório que boa parte do cargos fosse provida por funcionários de carreira.
E é, em escala muito maior: mais de dois terços dos ocupantes dos cargos mais elevados são de servidores concursados.
Entre outras razões, além das cotas legais, porque os salários dos cargos dirigentes na administração direta são muito mal remunerados.
Não falo por teoria, mas por vivência própria.
Fui Chefe de Gabinete de um Ministério, até pouco mais de um ano.
O vencimento, para administrar uma máquina de sete mil funcionários, não chegava a R$ 10 mil, no ano passado.
Sem plano de saúde, sem FGTS e com um auxílio alimentação que não chegava a R$ 25 por dia.
Posso mostrar os contracheques a quem o desejar.
É claro que parecerá muito (e é) perto de um humilde trabalhador de salário mínimo. Mas também parecerá piada perto de qualquer gerente de empresa.
Conseguia sobreviver, pagar pensão alimentícia e atender às necessidades especiais de meu filho porque recebia um pouco mais como gratificação por integrar conselhos (raríssimos) ligados ao poder público.
Muitos dos funcionários subordinados a mim mais que eu, por aquele cargo.
Os servidores dos cargos comissionados, além de só serem nomeados depois de investigação – não podem ser processados, não podem ter execuções judiciais e nem mesmo estar devendo uma prestação das Casas Bahia, porque negativação no SPC e Serasa significa veto da Casa Civil – também se sujeitam a responder, pessoalmente, por qualquer gasto irregular – não necessariamente desonesto, apenas irregular – feito pela administração.
Aécio Neves sabe de tudo isso, pois administrou um Estado e cortou na carne dos servidores mineiros, embora tenha se permitido luxos como um aeroporto de lazer eventual em Cláudio.
Não deveria levar para a campanha, embora tenha familiaridade a isso, conversas de botequim.

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