Um breve histórico do fisiologismo na política fluminense

Do Jornal do Brasil

 
'JB' relembra recente história política do Estado e as contradições dos seus principais personagens
Cesar Maia iniciou sua carreira política em 1981, pelo PDT, apadrinhado por Leonel Brizola, de quem foi secretário da Fazenda durante seu governo. Elegeu-se deputado federal pelo partido em 1986 e 1990. Após divergências com Brizola, se desligou do PDT e se filiou ao PMDB, em 1991, vencendo as eleições para prefeito do Rio e também apoiando Orestes Quércia, do mesmo partido.
Durante seu mandato como prefeito, apadrinhou Eduardo Paes, nomeando-o "prefeitinho" da Barra da Tijuca.
Em 1996, Cesar Maia recebe apoio de Antônio Carlos Magalhães e sai do PMDB, indo para o PFL. Em 1998, concorre ao governo do Estado do Rio, perdendo para Anthony Garotinho. Em 2002, com sua força política, Garotinho elege sua mulher, Rosinha, governadora, e elege também Sérgio Cabral como senador. Cabral tinha saído brigado do PSDB em convenção em que Ronaldo Cezar Coelho e Marcello Alencar lhe agrediram. 
Cabral se torna homem de Garotinho. Presidiu a Alerj, com apoio de Garotinho, por oito anos. Se elegeu senador em 2002 com apoio de Garotinho. Quando candidato a governador, tinha como desafeto Cesar Maia e todo o PSDB. Contudo, votou em Geraldo Alckmin, do PSDB, nas eleições presidenciais.
No segundo turno, teve apoio do PT de Lula para governador. No segundo mandato de Lula, o PT quis ter candidato, mas Cabral conseguiu que Lula vetasse Marcelo Crivella e Lindbergh Farias.
O PMDB lança Picciani ao Senado, com apoio de Cabral. O PT lança Lindbergh e o PRB lança Crivella. Os dois se elegem. Picciani, com apoio de Cabral, foi derrotado.
Nas eleições para governador, há oito anos, Eduardo Paes ficou em quarto lugar. Numa manobra de empreiteiro, foi lançado no lugar de Alessandro Molon a prefeito. Molon que, traído, perdeu o apoio do PT. Paes se elegeu contra o candidato do Cesar Maia numa disputa na qual as acusações de ambas as partes eram pesadas. Acusações que diziam respeito a licenças ambientais, prédios em São Conrado e todo o tipo de ofensa.
Hoje, depois de ter dado o vice para ajudar a reeleger Paes (PMDB) no Rio, o PT não conseguiu apoio do PMDB para o seu candidato a governador, como tinham combinado com Lula. O PT apoiou duas vezes Cabral para se eleger. Dilma recebeu o apoio do PMDB na eleição para a Presidência. Agradecida ao PMDB, ela prefere romper com o partido que realmente lhe deu legenda e apoiar Luiz Fernando Pezão do PMDB como candidato a governador, preterindo o candidato do PT. 
O PMDB, agradecido, resolve apoiar Aécio Neves (PSDB), e oferece o Senado para Cesar Maia (DEM). Cesar Maia que, nos últimos episódios, proferiu - assim como seu filho, Rodrigo Maia - as seguintes frases que podemos destacar:

Declarações de Cesar Maia

Declarações de Cesar Maia




Se não bastasse na última eleição a prefeito Cesar Maia e Anthony Garotinho se aliarem para derrotar Eduardo Paes e Sérgio Cabral. Veja, abaixo, frases dos personagens desta disputa política.

Declarações feitas durante campanha

Declarações feitas durante campanha




 

Declarações feitas durante campanha

Declarações feitas durante campanha




Se não bastasse há 15 dias Dilma ter chamado para jantar no Palácio Cabral e Paes, que levaram Pezão, onde houve juras de apoio dos três a Dilma.
Se não bastasse o PMDB do Rio ter levado Pezão para uma churrascaria, num almoço cuja conta chegou a R$ 25 mil, para apoiar Aécio Neves.
Se não bastasse nesta última quinta-feira todos terem ido para casa de Aécio Neves para selar o pacto onde Cesar Maia é indicado para o Senado e todos firmam apoio a Aécio como candidato à Presidência.
Os xingamentos do prefeito Eduardo Paes contra esta aliança não devem ser considerados como uma declaração de apoio à Dilma, e sim de ódio a Cesar Maia. E aí vale a reflexão de Mao Tse Tung usada por aqueles que são traídos: "Por que me fazes tudo de mal, se nunca te fiz o bem." Há quem afirme que esta frase não é de Mao, e sim de Confúcio. De um ou de outro, mostra o que sente um traído por seu traidor.