quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

POLÍTICA - Escândalo do DEM.

Justiça suíça bloqueia quase US$ 7 milhões atribuídos ao escândalo do DEM



A Justiça da Suíça bloqueou US$ 6,8 milhões depositados em nove contas secretas em Genebra e Zurique por suspeitar que o dinheiro resulte de esquema de corrupção montado pelo DEM no governo de Brasília, quando eram governadores José Roberto Arruda e Paulo Octávio,  ambos filiados à época a este partido. O escândalo ficou conhecido como mensalão do DEM.
A notícia está publicada no O Estado de S.Paulo de hoje, com base em documento obtido com exclusividade pelo jornal. Depois que as contas foram congeladas no ano passado, já ocorreram duas tentativas de desbloqueá-las, inúteis, porque a justiça suíça diz “nutrir dúvidas quanto à origem dos fundos”.”Não tem fundamento”, diz o advogado de defesa do ex-governador  Arruda, Nélio Machado, ao negar relação de seu cliente com as contas. O ex-governador Arruda e seu ex-vice, Paulo Octávio,  cogitam disputar as eleições de outubro próximo.
As autoridades suíças começaram as investigações após receberem informações da Procuradoria-Geral da República (PGR) do Brasil segundo as quais as apurações aqui apontavam indícios de lavagem de dinheiro e de remessa de quantias desviadas do governo do Distrito Federal para contas bancárias em Genebra e Zurique.
37 denunciados por envolvimento no mensalão do DEM
O Ministério Público (MP) da Suíça abriu, então, “instrução penal” para apurar “diversas contas”, o que levou ao bloqueio dos quase US$ 7 milhões nessas nove. O repórter Jamil Chade, na matéria no Estadão, lembra que três meses antes de pedir ajuda à Suíça, a PGR denunciou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) 37 pessoas sob a acusação de desvio de dinheiro público no mensalão do DEM. Os denunciados negam relação com as contas na Suíça.
Entre os acusados, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e o ex-vice Paulo Octávio (governaram Brasília de 2007 a 2010). Na época do escândalo eles eram filiados ao DEM. Quando o escândalo estourou, em fins de 2009, por delação do secretário de governo do DF, Durval Barbosa (também denunciado como um dos beneficiários do esquema), o governador Arruda e outros membros de seu governo apareceram  em vídeos recebendo maços de dinheiro.
O documento da Justiça da Suíça obtido pelo Estadão fala em “37 pessoas acusadas de participar de desvios de dinheiro público e de atos de corrupção de funcionários do Estado”. Também diz que uma delas, identificada apenas como “H”, “é acusada de ter cometido atos de corrupção ativa e lavagem de dinheiro”. E cita também o envolvimento de “J”, um “ex-governador do Distrito Federal suspeito de ser o responsável pela organização criminal ativa em atos de corrupção visados pelo procedimento estrangeiro”.
Arruda e Paulo Octávio pretendem disputar eleições de outubro
O documento suíço diz ainda que “H” controla várias empresas e mantinha “relações comerciais com o Distrito Federal no domínio de serviços de informática”. “Com o objetivo de estabelecer novas relações comerciais com o governo (do DF) e ou de manter as relações já existentes, H teria dado vantagens financeiras a J, então governador (…) e seus cúmplices, retirando um porcentual do montante das faturas pagas pelo governo do DF às empresas de seu grupo.”
A Justiça do país europeu diz ainda no texto que “entre 2006 e 2010 sua sociedade teria recebido mais de R$ 45 milhões do governo do DF. Ele (H) é acusado ainda de ter, entre fim de 2005 e início de 2006, financiado a campanha eleitoral de J no valor de R$ 1 milhão, em troca de promessas de futuros contratos dados pelo governo do DF às sociedades de seu grupo”. “No fim de 2006, H teria obtido um contrato de cerca de R$ 9,8 milhões em favor de sua sociedade”. A investigação chegou à constatação que “H” abriu pelo menos duas das nove contas sob suspeita, ambas em Genebra.

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