quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Hans Küng, que sofre do Mal de Parkinson, não descarta o suicídio assistido

Hans Küng, que sofre do Mal de Parkinson, não descarta o suicídio assistido

O teólogo suíço Hans Küng, a quem o Papa João Paulo II tirou a licença para lecionar devido às suas posturas críticas ao Vaticano, cogita recorrer ao suicídio assistido para por um fim à sua vida, diante da evolução do Mal de Parkinson.
 
Fonte: http://bit.ly/17oyWic  
A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 01-10-2013. A tradução é de André Langer.
“Não quero continuar vivendo como uma sombra de mim mesmo”, escreve o teólogo, no terceiro e último volume das suas memórias, como foi antecipado hoje (dia 01 de outubro) por seu editor alemão, Piper Verlag.
Küng, de 85 anos, sofre de Parkinson em estado avançado e teme perder logo e completamente a visão, diante do que não descarta a possibilidade de se entregar nas mãos de uma clínica suíça especializada em suicídio assistido.
“O ser humano tem o direito de morrer quando já não tem nenhuma esperança de continuar levando o que, segundo o seu entendimento, é uma existência humana”, escreve o teólogo e catedrático da Universidade de Tübingen .
Küng vive completamente retirado da vida pública desde que completou os 85 anos, no começo de 2013, e depois deste volume de memórias não tem intenção de escrever mais nenhum outro livro.
“Não estou cansado da vida, mas farto de viver”, aponta, para acrescentar que não tem a intenção de chegar aos 90 anos.
O teólogo começou a escrever suas memórias em 1980 e o terceiro volume poderá chegar às livrarias esta semana.
Considerado o mais destacado teólogo crítico da postura oficial do Vaticano, João Paulo II, em 1979, retirou-lhe a permissão para ministrar os sacramentos e ensinar teologia católica.
Recentemente, expressou sua confiança em ser reabilitado por Francisco, como “reparação” ao que considera uma injustiça do Vaticano.
Küng foi companheiro de Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, na Faculdade de Teologia de Tübingen, na qual ambos foram professores. Os dois participaram do Concílio Vaticano II como assessores e no começo das suas carreiras pertenceram a um grupo de teólogos católicos alemães liberais.
Não obstante, com o passar dos anos, Ratzinger alinhou-se com a ortodoxia conservadora, ao passo que Küng chegou a perder inclusive a licença para ensinar teologia católica após questionar o dogma da infalibilidade do papa.

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