quarta-feira, 19 de junho de 2013

MPL - Vandalismo tenta desqualificar pauta dos protestos.

 

 
Os protestos de rua que vêm ocupando as ruas de diversas cidades brasileiras saíram de uma pauta única para ampliar para um elenco de reivindicações sociais. O que, de início, era um movimento contra o aumento dos preços das passagens de ônibus, hoje, inclui temas como mais verbas para saúde, educação, combate à corrupção, controle sobre gastos excessivos na organização da Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas 2016, entre outros pontos. Destacam-se nessas manifestações cartazes com os dizeres “Não atire, ouça!” ou “Verás que um filho teu não foge à luta!” ou ainda “Quando seu filho estiver doente, leve ele a um estádio”. São expressões nítidas de uma ampla pauta social, adequada para o momento democrático vivido pelo Brasil. Há algumas preocupações, porém, que precisam ser urgentemente tratadas. Uma é conter o oportunismo de grupos que se infiltram nos protestos para provocar atos de vandalismo, tentando assim dar um caráter de radicalização às manifestações. Outro problema é a declaração de alguns participantes das marchas, afirmando ser contrários a partidos políticos e a outros movimentos sociais. É o tipo de posicionamento político que revela um perfil direitoso de alguns grupos. Esse discurso de exclusão de movimentos sociais interessa à mídia conservadora, aos partidos conservadores e até setores militares saudosos dos tempos de ditadura. A pauta dos protestos de rua é justa e precisa ser intensificada, com a firme participação dos movimentos sociais e partidos políticos progressistas, que, neste momento, precisam disputar na sociedade a hegemonia das lutas sociais. Por fim, vale lembrar o que afirma a jornalista Fátima Lacerda, da Agência Petroleira de Notícias: “Foi por causa da Copa e de outros megaeventos programados no Brasil que pelo menos 250 mil pessoas foram despejadas. E sequer uma casa nova foi construída. Como se não bastasse, nossos políticos, sempre tão espertos, esqueceram de uma das lições básicas de Maquiavel: jamais deixe o povo sem pão e sem circo. O pão, as passagens, o pimentão, o tomate, está tudo pela hora da morte. A Fifa impôs ingressos caros, proibiu pandeiro, tamborim e até xingar o juiz nos estádios. Proibiu o povo de ter acesso aos jogos e pasteurizou tanto esse esporte que tirou toda a nossa graça de torcer. O brasileiro hoje já sabe que o futebol é um grande negócio para enriquecer meia dúzia de empresários e políticos. Foram com muita sede ao pote. Tiraram o pão da boca do povo e o povo da arena dos jogos. Queriam o quê? Agora estão colhendo aquilo que vêm plantando”.

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