segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

POLÍTICA - Decisão de Serra em concorrer era previsível.

Presidente do PT: Decisão de Serra em concorrer em SP era previsível


Marina Dias


Após reunião da Comissão Eleitoral do PT, na tarde desta segunda-feira (27), em São Paulo, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, disse não ser "nenhuma surpresa" a entrada de José Serra na disputa pela Prefeitura da capital paulista. Pela manhã, o ex-governador confirmou, via Twitter, que irá disputar a vaga do PSDB para concorrer à sucessão de Gilberto Kassab.

"Recebo sem nenhuma surpresa essa notícia (sobre a disposição de Serra em concorrer às eleições municipais). O PT continua a fazer o que já vinha fazendo, porque era previsível que ele fosse o candidato do PSDB", disse o presidente petista. "Nosso candidato já está na rua e o PSD - partido de Kassab, agora aliado a Serra - está dialogando conosco em outras várias cidades do Estado de São Paulo", completou Falcão.

Além disso, outro assunto que entrou em pauta na reunião foi a aliança do PT com o PSB em São Paulo. O presidente petista disse haver um "acordo pessoal" entre o ex-presidente Lula e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para que a eleição de São Paulo seja tratada como um capítulo à parte das outras disputas regionais. Há quem diga, no entanto, que esse acordo esbarra no fato de o presidente estadual do PSB ser o secretário de Turismo do governador Geraldo Alckmin, Márcio França.

O encontro dos petistas serviu, segundo o presidente, para falar das eleições municipais nas capitais ou cidades com mais de 150 mil habitantes. Ainda de acordo com Falcão, o quadro do PT é "bastante otimista".

De 118 cidades que seguem esse padrão, o PT já definiu 78 candidatos: 68 próprios e 10 com alianças com partidos como PMDB, PDT, PSB, PRB e o PSD de Kassab, que chegou a flertar com o candidato petista em São Paulo, Fernando Haddad. Com Serra no páreo, porém, Kassab deixou claro que ficará ao lado do ex-governador em São Paulo.

Críticas a Kassab

O presidente do PT não deixou de criticar a administração de Kassab ao explicar o projeto do partido para a cidade. "Não podemos esquecer que São Paulo está devastada, com graves problemas de saúde e de tarifas que foram ajustadas acima da inflação", declarou. "Nosso candidato já deixou claro que fará um programa de mudança e melhora para a cidade", disse Falcão, explicando que o discurso de Haddad será oposicionista, mas não necessariamente de críticas diretas ao atual prefeito, assim como noticiou Terra Magazine.

Lula

A participação do ex-presidente Lula, em recuperação de um câncer na laringe, principalmente durante a campanha de Haddad em São Paulo, é tida como certa pela direção nacional do PT. "Falei com Lula hoje mesmo e ele está em franca recuperação. Não cogitamos a possibilidade de ele não estar com a gente na campanha", disse Falcão, mesmo não querendo precisar uma data para a entrada decisiva do ex-presidente em campo. "Temos até junho para construir alianças e, antes disso, também não podemos pedir voto", explicou.
Terra Magazine

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