sábado, 26 de novembro de 2011

POLÍTICA - A frustação de um ressentido.

Carlos Chagas

A agressão do deputado Jair Bolsonaro à presidente Dilma Rousseff tem raizes podres. Mais do que atingir a chefe do governo, sem preocupar-se em criticar sua administração, preferiu tirar do lixo a própria frustração.

Não agüentou ver uma ex-participante da luta armada contra a ditadura sancionando a criação da Comissão da Verdade, quando mesmo sem levar a julgamento os responsaveis por crimes de tortura e assassinato, sera possivel identifica-los e apontá-los a execração publica.

Foi essa a razao do destempero do parlamentar, que ha decadas identifica-se com 0 que de pior emergiu do regime militar. Assistir uma antiga guerrilheira exercer a presidência da Republica e a chefia suprema das forças armadas já representou um golpe para o ex-capitão eleito as custas do ressentimento de minorias retrogradas.

Mas foi demais ver Dilma compondo um grupo destinado a revelar as entranhas da ditadura. Engana-se quem supuser aplaudindo Bolsonaro os participantes e os partidarios do periodo em que os militares detiveram o poder. Pelo contrario. Mesmo os mais arraigados defensores daqueles anos bicudos rejeitam a intervenção do tresloucado representante do Rio.

Vão engolir a Comissao da Verdade e, se tiverem condições, aproveitarão a oportunidade para ajudar a memoria nacional a desvendar o outro lado, ou seja, identificar aqueles que em nome da luta contra o regime também assassinaram, sequestraram e torturaram.

Coisa que só os tarados admitem, porem, é apoiar as aleivosias do deputado contra a presidente. A esse proposito, muita gente sustenta que o Conselho de Etica da Câmara deveria abrir processo contra Bolsonaro, chegando até a cassar-lhe o mandato. Melhor não. Seria dar mais palco ao palhaço. Oferecer-lhe a condiçao de vitima.

É preferível que continue a ocupar 0 lugar que Ihe cabe no Congresso: o esgoto, que tambem corre nas profundezas.
Fonte: Tribuna da Internet

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