sexta-feira, 9 de setembro de 2011

POLÍTICA - As alegações finais de José Dirceu sobre o mensalão.

Por raquel_

De O Estado de S. Paulo

Em alegações finais sobre mensalão, Dirceu nega que controlasse PT

Segundo texto apresentado ao STF, 'não há qualquer elemento no processo que possa sequer sugerir que Dirceu tinha conhecimento de questões relacionadas à administração ou finanças'

Fausto Macedo

O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), em alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF), rechaçou uma a uma as acusações que pesam contra ele no caso mensalão.

Em 160 páginas subscritas por seus advogados, José Luís Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua, o ex-ministro rebate a acusação de que controlava as ações do PT.

Segundo eles, “não há qualquer elemento no processo que possa sequer sugerir que Dirceu tinha conhecimento de questões relacionadas à administração ou finanças do PT no período que esteve à frente da Casa Civil”.

Dirceu sustenta que as provas demonstram que ele “não mantinha vínculos com Marcos Valério (suposto operador do mensalão), sendo completamente descabida a alegação de qualquer espécie de relação entre ambos, quanto mais de confiança”.

“A análise do processo demonstra a falta de lógica no raciocínio da acusação, uma vez que parlamentares supostamente corrompidos integravam a base aliada, ocupavam ministérios e sempre votaram a favor do governo Lula, que já apoiavam até mesmo durante as eleições de 2002”, argumentam Oliveira Lima e Dall’Acqua.

Os criminalistas também anotam que a Procuradoria-Geral da República “não consegue estabelecer qualquer relação entre saques e votações, pressuposto indispensável para as acusações de corrupção”.

Dirceu diz que “ficou provado que a secretaria financeira do PT agia com plena autonomia e que ele, afastado do partido, não tinha qualquer interferência em suas ações”. “Todos os testemunhos corroboram as declarações do próprio Delúbio Soares (ex-tesoureiro), que sempre negou ter agido sob influência de Dirceu. Todas as provas mostram que Delúbio atuava com independência e sem a necessidade de ciência ou anuência de Dirceu.”

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