domingo, 1 de maio de 2011

POLÍTICA - Turbulência na seara tucana.

Turbulência na seara tucana e da oposição.


É, meus caros, o céu dos tucanos está cada vez mais nublado. Frente à fundação do PSD pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab e a debandada no ninho tucano, eles estudam até a fusão PSDB-DEM-PPS. Pudera, sem programa e sem propostas, distantes das verdadeiras discussões que interessam ao país e em guerra interna, como mostra a saída de várias de suas lideranças - inclusive de metade da bancada da Câmara Municipal de São Paulo - a oposição vive uma de suas maiores turbulências.

Ela está muito bem retratada numa carta que os seis vereadores paulistanos, que deixaram o partido na semana passada, publicaram na Folha de S.Paulo sob forma de artigo, e numa entrevista que o ex-deputado e ex-secretário de Estado Ricardo Montoro concedeu esta semana ao Estadão. Ricardo é filho do ex-governador Franco Montoro, fundador e decano do tucanato. Eu gostaria que vocês lessem estes dois documentos.

A situação chegou a tal ponto que os deputados Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do partido, e ACM Neto (BA), líder do DEM na Câmara, até já se reuniram para discutir a possibilidade de que a fusão se dê já, ainda este ano. Ela agora ganhou o apoio, também, do governador tucano paulista Geraldo Alckmin.

Uma fusão já em discussão

"É uma medida que pode ser muito boa. Mas, deve ser tratada pelos partidos e eu não vejo urgência nisso", afirmou sobre a fusão o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Mas, enquanto Alckmin a aprova, o presidenciável deles derrotado no ano passado, José Serra é contra, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) só a quer depois das eleições municipais de 2012.

"Não sei qual a tendência, se vai haver fusão ou não (mas), aconteça o que acontecer, vamos nos manter unidos com certos objetivos maiores" afirma o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já quase em desespero. Fusão ou não, o óbvio ululante desta história toda é que a oposição perdeu o eixo e não tem o que apresentar como alternativa para o país.


Arenização do PSDB


Numa carta publicada esta semana na forma de artigo pela Folha de S.Paulo (leia a íntegra), os seis vereadores paulistanos que deixaram o PSDB atribuem a saída ao fato dos tucanos terem destruído as concepções originais que levaram à fundação do partido e deste estar sofrendo um processo de "arenização" - uma referência à ARENA, o partido de sustentação da ditadura militar (leiam, também, o post acima).

No documento, as ex-lideranças tucanas paulistanas dizem que o PSDB mudou e acusam o partido de adotar "caminhos que abominava e considerava nocivos ao país". Perde a credibilidade como defensor da democracia – já que nem sequer consegue praticá-la dentro de casa – e do debate político, visto que sugere resolver divergências de seus parlamentares "a peixeiradas".

Os seis se detêm, ainda, nas explicações sobre a richa com a facção tucana (do governador Alckmin) contrária a eles: "A crise que culminou com o afastamento de metade da bancada de vereadores de São Paulo começa em uma mistificação formulada em 2008 por uma facção do PSDB, que acreditava que o mais importante era uma candidatura própria (mal) sustentada por um programa elaborado pelo marqueteiro de plantão".

Um documento contra a facção tucana de Alckmin

Em 2008, a despeito do veto do então governador José Serra, Alckmin saiu candidato a prefeito de São Paulo e foi derrotado pelo prefeito Gilberto Kassab, reeleito com o apoio de Serra. Para os vereadores, se naquele ano o partido "tivesse sido capaz de aprofundar o debate interno, a unidade partidária fundada em princípios teria sido restaurada".

Não foi, conclui o documento e vejam só: "sem disfarces, [e com] uma postura de vingança" esta facção "em recente reunião do diretório municipal, chegou a pregar ameaças de violência física contra seus oponentes". A carta é encerrada com a denúncia da existência de espírito belicoso e de revanche no seio tucano.

"A substituição do debate político pelo facciosismo pessoal leva à pura intransigência (...) Que efeito esse conjunto de coisas terá sobre o cidadão-eleitor, a quem cabe legitimar os princípios que regem nossas ações? Engana-se quem acredita que a frágil cantilena de belas palavras será capaz de seduzir a todos e impor uma embriaguez coletiva", perguntam e advertem os autores da carta.

Como vocês podem ver, uma crítica e tanto...
Fonte: Blog do Zé Dirceu

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