quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

POLÍTICA - Sucessão da Dilma.

Hélio Fernandes na Tribuna da Imprensa.

Aécio, Ciro, Serra, Eduardo Campos, Alckmin disputam o Poder dentro dos próprios partidos. E todos têm como objetivo chegar ao Planalto-Alvorada em 2014. Esqueceram de Dilma e Lula?

Ontem fiz uma sonografia computadorizada dos partidos ditos nacionais. Hoje, depois das siglas, examino alguns nomes. Estão aí há anos e anos, não deixam o palco, sofrem da síndrome do holofote. E não admitem a cura, que significaria não a salvação física, mas a morte cívica. (Se é que a politicalha que fazem a vida inteira se ajusta à palavra cívica).

Todos os citados já tentaram conquistar a Presidência, alguns por mais de uma vez, não chegaram nem perto. Digamos que tenham atingido a Praça dos Três Poderes, embora não alcançassem ou conquistassem o Poder mais alto, que é o Executivo.

Dos que estão no título, o único que jamais foi citado presidencialmente, é o governador Eduardo Campos. Eleito e reeeleito, luta por espaço dentro da legenda. E quem precisa superar? Naturalmente Ciro Gomes.

O governador sabe muito bem que Ciro, junto ou separado do irmão Cid, não tem espírito partidário. Ciro, que já foi prefeito de Fortaleza, governador, Ministro da Fazenda, poderia responder com duas questões. 1 – “Como ser partidário, se não existem partidos?” Ou então: “Mesmo sem espírito partidário, já fui tudo, até duas vezes candidato a presidente da República.”

De qualquer maneira, o governador de Pernambuco acertou num ponto: VETOU Ciro para tudo. E conseguiu o apoio, pelo menos teórico, de Lula e Dilma, para Ciro não ganhar nenhum cargo. Foi muito lembrado mas nunca nomeado.

Haja o que houver, Eduardo Campos quer se manter no jogo. Acredita que podem reviver ou ressuscitar o estilo e o status da Primeira República. Um presidente do Centro, um vice do Norte/Nordeste. Poderia então repetir Estácio Coimbra, do seu Estado, ou Manuel Vitorino, da Bahia.

Os outros da lista brigam furiosamente entre si. No PSDB, todos querem presidir o partido, menos os que olham para o espelho, e recitam com sinceridade: “Nossa, como envelheci, que papada, afinal só tenho 80 anos”.

O ex-senador Sergio Guerra, que lucidamente não queria ficar sem espaço algum, sabia que não dava para se reeleger, voltou deputado. Presidia o PSDB como senador, quer continuar como deputado. Como é um jogo de interesses, já tem apoio de que não tem medo dele, que é o governador Alckmin.

Serra precisa eleger o presidente do PSDB, pois seu destino está escrito: é candidato a prefeito de São Paulo, acha que ganha. Mas o roteiro terá que ter uma alteração em relação à outra vez. Em 2002, derrotado para presidente, em 2006 se elegeu governador, em 2010 perdeu novamente para presidente.

A alteração de agora é por causa da idade. Pode disputar a maior prefeitura em 2012 com 70 anos, mas não pode fazer baldeação. Ou disputa a Presidência em 2014 com 72 anos, ou faz acordo com Alckmin. Se elege governador e apoia o atual para presidente.

Sabe que nem ele nem Alckmin serão presidentes, pelo menos encerra a carreira com 76 anos, governador do maior estado da federação. Para um homem sem charme, sem carisma, sem liderança, que maravilha viver.

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PS – Só que todos cometem o equívoco que irá levá-los à sepultura eleitoral, “és pó e ao pó reverterás”.

PS2 – Se não houver a intervenção do destino em dose dupla, podem juntar todos, que não ganham de Dilma ou de Lula. Impressionante.

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