quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

POLÍTICA - Lula fará "diplomacia paralela".

Ex-presidente fará ''diplomacia paralela''


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acerta detalhes para começar na Venezuela, no mês que vem, a turnê latino-americana de promoção da "marca lulista" na integração Sul-Sul e na difusão dos programas sociais do governo brasileiro.

A reportagem é de Flávia Marreiro e Bernardo Mello Franco e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 08-02-2011.

A ofensiva diplomática será a base do ainda incipiente Instituto Lula nos próximos meses. A cooperação com a África e a América Latina está entre os principais focos da entidade.

Na Venezuela, Lula deve se encontrar com Hugo Chávez antes mesmo da primeira reunião bilateral entre o venezuelano e Dilma Rousseff.

A turnê de Lula deve passar por quatro países da América Latina. Depois da Venezuela, vai a Cuba, também no próximo mês.

O roteiro sinaliza um esforço para manter a aliança com os governos de Raúl Castro e Chávez, principais opositores a Washington no continente.

Em seguida, Lula pretende ir a mais dois países governados por aliados: Nicarágua, de Daniel Ortega, e El Salvador, de Mauricio Funes.

Como ex-presidente, ele poderá pedir apoio ao Itamaraty em cada uma das viagens, como ocorreu nos últimos dois dias no Senegal.

Entre as regalias, estão carros oficiais e jantares oferecidos pelas embaixadas brasileiras.

Na Venezuela, Lula vai se reunir também com instituições brasileiras no país, entre elas a Caixa Econômica Federal e o Ipea.

Com a Caixa, o interesse de Lula é promover a criação de um cadastro único de programas sociais - uma das bases do êxito do Bolsa Família.

Também revisará o andamento de projetos considerados estratégicos na relação bilateral, como o eixo de integração com o norte do Brasil.

Ratificado no cargo no governo Dilma, o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou à Folha que vai conversar com o ex-chefe na quinta-feira, em Brasília, sobre a agenda venezuelana.
"A política externa quem conduz é o Itamaraty e o governo", pontuou.

O embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Arvelaiz, tem a mesma preocupação de tentar evitar a mensagem de "diplomacia paralela". "Trate como um amigo que visita um outro amigo", diz ele.

Fonte: IHU

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