quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

POLÍTICA - Mensalão tucano.

Mensalão tucano: testemunha complica a vida de Azeredo.

O ex-presidente da Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) e ex-prefeito de Belo Horizonte, Ruy José Vianna Lage, confirmou nesta quarta-feira (26) o desvio de dinheiro da estatal para o financiamento da campanha de reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB).
Lage é uma das testemunhas arroladas pelo Ministério Público no processo do mensalão tucano que seriam ouvidas ontem, na primeira audiência de instrução. Entretanto, os depoimentos foram adiados e remarcados para o dia 24 de fevereiro.

Ruy Lage assumiu que quando era presidente da Copasa recebeu ordem de repassar R$ 1,5 milhão para a agência SMPB, dos empresários Marcos Valério Fernandes de Souza, Cristiano de Melo Paz e Ramon Hollerbach Cardoso.

“Eu sabia que era ilegal, porque a ASA (agência de propaganda) era licitada para fazer a propaganda da Copasa. Me neguei e pedi uma ordem por escrito. Recebi essa ordem do secretário de Comunicação e autorizei o repasse. Mas nunca foi feita nem uma camisa para divulgar a Copasa', afirmou ao Estado de S. Paulo.

O processo sobre o mensalão tucano investiga o esquema de desvio de recursos públicos na campanha à reeleição, em 1998, do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB). Ele é acusado por peculato e lavagem de dinheiro.

Adiamento

O motivo da remarcação de uma nova data para a audiência aconteceu porque apenas quatro, dos dez réus, compareceram à audiência. Os advogados dos acusados pediram que a audiência de testemunhas tivesse a presença de todos os réus.
Os presentes eram o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza; o ex-secretário de Administração do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), Cláudio Mourão; o ex-diretor da Comig (Companhia Mineradora) - atual Codemig -, Lauro Wilson de Lima Filho, e o ex-diretor da Copasa (Companhia de Saneamento), Fernando Moreira Soares.

A Justiça não conseguiu localizar o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia; os ex-sócios de Valério nas agências DNA e SMPB, Ramon Hollerbach Cardoso e Cristiano de Melo Paz; o ex-secretário de Comunicação do governo Azeredo, Eduardo Guedes; o ex-diretor da Comig Renato Caporali Cordeiro, e o ex-presidente do Bemge, José Afonso Bicalho.

Além deles, Clésio Andrade também era réu no caso, mas a juíza Neide da Silva Martins, da 9ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, desmembrou o processo, já que ele se tornou senador pelo PR-MG após a morte de Eliseu Rezende (DEM-MG). O cargo lhe garante o direito de ser julgado apenas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), assim como Azeredo, hoje senador e deputado eleito pelo PSDB mineiro.

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