segunda-feira, 19 de abril de 2010

EUA - A ofensiva conservadora nos Estados Unidos.

Antonio Tozzi.

Publicada em:18/04/2010

A INVESTIDA CONSERVADORA NOS EUA



Miami (EUA) - Até o final do mês de abril o governador da Flórida, Charlie Crist, vai anunciar se concorrerá ao Senado dos EUA por um partido independente, caso venha a perder a indicação para ser o representante do Partido Republicano para disputar a eleição de novembro.

Os números aparentemente estão contra ele. Segundo as pesquisas, seu adversário dentro do partido, Marco Rubio, está cerca de 20 pontos percentuais à frente do atual governador do estado. O cubano-americano Rubio é jovem, presidente da Assembleia Legislativa da Flórida e vem conquistando apoio dos principais líderes republicanos para sair vitorioso na primária do partido. Mitt Romney, um dos presidenciáveis do Partido Republicano, endossou a candidatura de Rubio frustrando o atual governador.

Mas por que Crist, sem trocadilhos, vem sendo “cristianizado” por seus correligionários? Simples, ele vem sendo acusado de ser um republicano “soft”, ou seja, não é suficientemente conservador, tendo cometido até mesmo o pecado de ter sido cortês e educado com o presidente Barack Obama, quando de sua visita à Flórida. E isto é imperdoável para a brigada conservadora.

Até mesmo o Senador John McCain, candidato republicano nas últimas eleições, vem sofrendo investidas da brigada conservadora que está apoiando ostensivamente J.D. Hayworth, um radialista ultra conservador, inimigo de imigrantes e com posições extremistas. Os dois estão num empate técnico e McCain teve de recorrer à atual darling do partido, Sarah Palin, para reforçar sua liderança. A ex-companheira de chapa declarou apoio a McCain numa tentativa de estancar a queda do senador nas pesquisas pela disputa da reeleição pelo estado do Arizona.

Pior mesmo é o que vem ocorrendo em Oklahoma onde milícias estão sendo formadas para defender as idéias dos extremistas conservadores. Como os órgãos federais estão agindo para neutralizar esta milícias, outros grupos conservadores como os tea partiers – grupo que defende um movimento nascido na época da independência dos EUA em relação ao colonialismo inglês para protestar contra o excesso de impostos – vêm manifestando apoio a estas tais milícias, argumentando o princípio do direito à liberdade de expressão.

Ora, liberdade de de expressão não dá direito a ninguém de formar exércitos paralelos e desafiar um governo legalmente constituído. Na verdade, o movimento espalha-se por vários estados americanos, sobretudo onde há simpatizantes do Partido Republicano. Pior ainda, o movimento recebe apoio de políticos eleitos e de elementos da mídia conservadora que insuflam a população contra o governo democrata e estão bastante insatisfeitos por não terem conseguido evitar a aprovação da lei que reforma o sistema de saúde dos Estados Unidos.

Ou seja, já não basta ter de combater milícias e terroristas no Iraque e no Afeganistão, o governo americanterritórioo precisa preocupar-se em vigiar e evitar a ação de milícias e terroristas dentro de seu próprio . Aliás, é sempre bom lembrar que o maior ato terrorista cometido nos EUA antes dos atentados de setembro de 2001 foi perpetrado por Timothy McVeigh em 19 de abril de 1995 em Oklahoma City, quando ele jogou uma bomba num mall local e matou 168 pessoas, das quais 19 eram crianças. Detido, julgado e condenado à pena de morte, foi executado no dia 11 de junho de 2001 quando tinha apenas 33 anos de idade.

Tomara que não surjam mais Timothy McVeigh no país, porque o destino foi trágico. Tanto para suas vítimas como para ele.

Fonte: Direto da Redação.

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