sexta-feira, 30 de abril de 2010

EUA - Obama e os trabalhadores.

1º de Maio: Trabalhadores manifestam desgosto com Obama

Um dia antes do 1º de maio, data que marca o Dia Internacional do Trabalhador, cidadãos estadunidenses e imigrantes realizaram manifestações, protestos, marchas e atos públicos em grandes cidades como Nova York, Califórnia, Chicago, Washington e Michigan.

A intenção foi utilizar a data para chamar a atenção do governo para a situação da migração, do desemprego, do subemprego e do crescimento do número de empobrecidos em virtude da crise financeira.

As manifestações foram também uma oportunidade para mostrar que a população não está satisfeita com a atuação de Barack Obama, já que boa parte de suas promessas continua no papel. Em artigo para a Radio del Sur, Victor Toro esclarece a necessidade das mobilizações populares nos Estados Unidos.

"A recessão não parou, o desemprego ultrapassa os 20%, em alguns povos e cidades se manifesta mortalmente em até 30%, a isso agreguemos o desemprego crônico, os desamparados, a população encarcerada, os dependentes químicos e doentes crônicos, há que os somar por milhões".

O 1º de maio é, para grande parte dos cidadãos, uma oportunidade de expressar o descontentamento e não um momento de comemorações. No caso dos Estados Unidos, a população assistiu de camarote à entrada de maciço aparato financeiro para deter a crise imobiliária e evitar a quebra de grandes bancos e empresas.

Enquanto todos se ocupavam com a crise que começava a tomar proporções mundiais, os afetados pelas guerras do Iraque, do Afeganistão e do Paquistão foram sendo esquecidos. A promessa de retirada dos soldados dessas regiões também foi deixada para trás. Mais recentemente, a atuação dos soldados estadunidenses foi intensificada fora de seu país, como prova o Haiti.

Com a crise econômica quase que generalizada se intensifica um assunto delicado em todas as nações: a migração. Buscando fugir de péssima situação de vida e trabalho em seus países, centenas de pessoas continuaram se deslocando para os EUA, na tentativa de sobreviver. Em seu artigo, Toro rebate as informações da MIGRA e afirma que os imigrantes não estão retornando para seus países, mas sim que as deportações têm acontecido forçosa e violentamente.

Para combater a crise e todas as suas implicações, combater o desemprego, o abandono da classe trabalhadora e a criminalização dos migrantes, Victor Toro acredita que "este 1º de maio tem que ser claramente anticapitalista e enfocado em desmascarar todos os culpados da crise". A classe trabalhadora, em especial a migrante, precisa se levantar e lutar por uma "nova ordem econômico-social", se organizar em coletivos, sindicatos e comunidades e se manifestar.

Victor Toro, imigrante indocumentado que luta contra sua deportação, coloca como principais demandas a serem priorizadas pelo governo estadunidense a fim de fazer a diferença para a realidade do país: a legalização dos trabalhadores imigrantes, o fim das guerras e da instalação de bases militares, o fechamento de Guantánamo e demais centros secretos de tortura, a criação de um sistema de educação e saúde sem discriminação e livre para todos, o fim do financiamento para as guerras e a "garantia dos direitos civis, humanos, o fim do racismo, da discriminação e dos crimes de ódio".

Fonte: Adital

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