domingo, 24 de janeiro de 2010

FSM TEMÁTICO BAHIA: seminário debaterá crise civilisatória.

FSM Temático Bahia: seminário debaterá crise civilizatória

Seminário "Crises e Oportunidades" debaterá a crise civilizatória, no Fórum Social Mundial Temático Bahia, de 29 a 31 de janeiro. Para o professor Ladislau Dowbor, um dos participantes do evento, o planeta está sendo destruído em benefício de apenas um terço da população mundial. “Os Estados Unidos, que possuem apenas 4% da população terrestre, contribuem com 25% das emissões de gases estufa". Balanços do Banco Mundial, acrescenta, apontam que quatro bilhões de pessoas não são beneficiadas pela globalização, o que representa quase dois terços da população mundial.

Redação

A participação de cientistas de várias partes do mundo e que trabalham na identificação de problemas e construção de agendas está confirmada para o Fórum Social Mundial Temático Bahia (FSMT-BA), em Salvador (BA), de 29 a 31 de janeiro. A discussão do tema "crise civilizatória" tem atraído para o evento da Bahia nomes de peso como o cientista político e professor Ladislau Dowbor. Ele ressalta que a participação de governos no FSMT-BA funciona no sentido de tratar de questões fundamentais para o futuro da humanidade.

O professor alerta que são inúmeros os problemas do planeta e que a capacidade de governo está fragmentada em 192 países. “É necessário pensar um governo mundial. O planeta Terra conta hoje com aproximadamente sete bilhões de habitantes. A cada ano, esse número aumenta em 75 milhões. Todos querem consumir mais”, observa.

Para Dowbor, do ponto de visa ambiental também é preciso repensar a forma da gestão do planeta, pois algumas questões têm impacto não apenas no clima, mas também na biodiversidade e na degradação do solo. “Há uma liquidação da cobertura florestal do planeta. Estamos transformando água em ouro azul. É preciso estar atento para a vida nos mares, os lençóis freáticos, a poluição generalizada da água doce, o petróleo e o paradigma energético”, afirma.

Entre os aspectos sociais, o professor reclama que o planeta está sendo destruído em benefício de apenas um terço da população mundial. “Os Estados Unidos, que possuem apenas 4% da população terrestre, contribuem com 25% das emissões de gases estufa. Balanços do Banco Mundial (BM) apontam que existem quatro bilhões de pessoas que não são beneficiadas pela globalização, o que representa quase dois terços da população mundial. A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) informa que dobrou de um para dois milhões os desnutridos no planeta. O UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) diz que temos dez milhões de crianças morrendo anualmente de causas banais como não acesso a comida, saúde e água limpa”, diz.

Perfil

Ladislau Dowbor, formado em economia política pela Universidade de Lausanne, Suiça; Doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, Polônia (1976). Atualmente é professor titular no departamento de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nas áreas de economia e administração. Continua com o trabalho de consultoria para diversas agencias das Nações Unidas, governos e municípios, bem como do Senac.

Atua como Conselheiro na Fundação Abrinq, Instituto Polis e outras instituições. Juntamente com Ignacy Sachs e Carlos Lopes, articularam o Fórum Crise e Oportnidades, reunindo intelectuais, atore sociais e governantes de várias partes do mundo, os quais participarão de mesas de debates no FSMT-Bahia. Mais informações estão disponíveis no site http://criseoportunidade.wordpress.com/.
Fonte:Agência Carta Maior.

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