sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

CHILE - Progressismo unido vence direita unida.

Frei soma voto por voto para vencer Piñera no Chile

A direita unida ganha do progressismo disperso. Mas o progressismo unido vence a direita unida. Esta parece ser a ideia central da nova estratégia eleitoral do candidato governista chileno, Eduardo Frei. A 25 dias do enfrentamento definitivo nas urnas com o candidato presidencial direitista, Sebastián Piñera, seu comando eleitoral redelineou sua campanha visando atrair urgentemente os votos capazes de cobrir a vantagem do milhonário empresário.

Por Jorge Luna, para a Prensa Latina*

Dirigem-se neste sentido todos os esforços para atrair o grosso dos eleitores do independente Marco Enríquez-Ominami (20%) e do esquerdista Jorge Arrate (6%), que há um ano abandonaram, com críticas, a coalizão no governo, a Concertação, de Frei.

Especialistas chilenos consideram que será difícil superar os 15 pontos de vantagem de Piñera (44%) sobre Frei (29%) no primeiro turno, no último dia 13. Mas acrescentam que tampouco é impossível.

Frei já conta com o respaldo de forças populares – condicionado à inserção de várias medidas populares em seu programa. É o caso do Partido Comunista do Chile, que obteve três deputados, depois de uma exclusão parlamentar que remonta ao golpe militar de 36 anos atrás. Também o apoiam a Esquerda cristã, os Socialistas Allendistas e outras organizações do Junto Podemos-Frente Ampla.

O líder deste, ex-candidato presidencial Jorge Arrate, justificou a decisão com base em 12 novos compromissos de Frei, que classificou de "extraordinariamente positivos e em linha com as aspirações que colocamos em nosso programa". Ele opinou que em um governo Frei, por maiores que sejam as diferenças em matéria programática e política, "sempre vai haver mais espaços democráticos que em um de direita para podermos lutar melhor pelo que acreditamos".

Também se somou à campanha de Frei o ex-candidato presidencial e líder do MAS (Movimento Amplo Social), Alejandro navarro, que – como Ominami – militou no Partido Socialista, integrante da Concertação.

Mais trabalhosos está sendo – segundo um perito consultado pela Prensa Latina – obter adesões dos eleitores de Ominami. Este anunciou a criação em breve de uma nova referência política para fazer uma oposição "combativa, propositiva e construtiva".

"Quero convocar formalmente, serenamente, mas também com firmeza, a todos os que me acompanharam e aos que não escutaram minha mensagem, a se somarem a um partido político, um grande movimento novo, uma nova forma de fazer política", anunciou ele na quatra-feira, em entrevista à TV.

Contudo, já se somaram ao comando de Frei o economista Luis Eduardo Escobar, um dos assessores de Ominami.

Frei tem reiterado seu agradecimento a estes apoios. "Queremos representar as forças progressistas, e para ter um bom resultado estamos de braços abertos e trabalhando com todas elas", afirmou.

Segundo os estrategas "freístas", ainda há espaço para crescer daqui para o segundo turno, em 17 de janeiro. Partindo da base de que "o progressismo (unido) tem mais votos que a direita", eles sustentam que "é preciso somar e não subtrair".

Isso implica em renovar as propostas programáticas, como jea começou com os 12 compromissos e, agora, com a disposição de Frei para promover uma reforma tributária, exigida por Arrate e Ominami.

Outro elemento-chave da estratégia de Frei é reforçar a ideia de continuidade da obra da presidente Michelle Bachelet, que chega ao fim do governo com mais de 70% de popularidade.

Isto, coinciem os especialistas, é o mais difícil, ainda que com o concurso da questionável opinião de que no primeiro turno o eleitor vota no candidato que mais lhe agrada, e no segundo vota no país que quer.

Sob outro ângulo, confirma-se que Piñera já cresceu o que podia, sendo muito difícil superar os 44% que obteve no 13 de dezembro – ainda que tenha obtido a adesão de algumas figuras do entorno de Ominami.

Seis dias antes da votação, Frei e Piñera terão um decisivo debate em cadeia nacional de TV. O objetivo quase exclusivo será atrair o voto de uma fatia indeterminada de chilenos ainda divididos e indecisos.

Fonte: Prensa latina

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