quarta-feira, 29 de julho de 2009

HISTÓRIA -O impulso secreto para a II Guerra Mundial: a responsabilidade do Ocidente.

por Olga Chetverikova

Desviar energias intelectuais para discussões ociosas nas quais os russos têm de adoptar uma posição defensiva e desmentir alegações sem fundamento é a técnica empregada tradicionalmente pelo Ocidente na sua guerra de informação contra a Rússia. A finalidade da resolução aprovada recentemente pela Assembleia Parlamentar da OSCE (Organization for Security and Co-operation in Europe), a qual pôs como equivalentes os papéis da União Soviética e da Alemanha nazi no desencadeamento da II Guerra Mundial não se limitava a uma tentativa de sacar dinheiro da Rússia para manter à tona umas tantas economias em bancarrota. O objectivo chave é demonizar a Rússia como a sucessora histórica da URSS e criar uma estrutura legal para deslegitimar a sua oposição à revisão das disposições globais que resultaram da II Guerra Mundial (não surpreendentemente, a reclamação do parlamento japonês às Ilhas Curilas do Sul foi sincronizada com a resolução acima). Na véspera do aniversário do início da guerra o Ocidente lançou uma vasta campanha destinada a formular "um conceito comum da história da Europa", sendo a agenda por trás disso responsabilizar legalmente o regime comunista por crimes contra a humanidade a par com o dos nazis.

Falando da responsabilidade histórica, é a Rússia como o país que sofreu mais do que qualquer outro com o desastre militar pan-europeu no século XX que deveria tomar o papel de liderança na identificação e condenação dos perpetradores reais do massacre. A pergunta número um no contexto é: que forças tornaram possível aos fascistas alemães ascenderem ao poder e orientá-los quando a espécie humana estava a deslizar para a pior catástrofe do século XX? Um exame da história da Alemanha anterior à guerra mostra claramente que a sua política era controlada com a ajuda de crises financeiras preparadas afins àquelas que o mundo está agora a enfrentar.

Naquela época distante e no presente as crises foram organizadas pelos clãs financeiros anglo-saxónicos abrangendo a elite banqueira global. Portanto, quando são feitas sugestões bastante razoáveis para declarar 30 de Setembro – a data da assinatura do Acordo de Munique – como dia de homenagem às vítimas do liberalismo e do nazismo, deveria ser recordado que aquele acordo infame foi apenas um numa cadeia de eventos planeados pela elite financeira anglo-americana cuja estratégia estava centrada em organizar um conflito armado entre a URSS e a Alemanha. A história do Ocidente anterior à guerra abunda com datas que poderiam tornar-se dias de homenagem às vítimas da aliança entre banqueiros e nazis. Por exemplo: uma destas datas trágicas foi quando o Vaticano e a Alemanha assinaram uma concordata que deixava os católicos romanos totalmente submetido ao regime nazi.




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O papel chave na definição da estratégia do Ocidente no pós-guerra foi desempenhado pelas principais instituições financeiras da Grã-Bretanha e dos EUA – o Banco da Inglaterra e o Federal Reserve System – e as organizações financeiras e industriais que estavam estreitamente com elas relacionadas. Elas procuraram controle absoluto sobre o sistema financeiro alemão a fim de dominar a política central europeia. As fases da implementação da estratégia foram:



1919-1924 – Criação das condições para influxos financeiros estado-unidenses maciços na economia alemã.


1924-1929 – Estabelecimento de controle sobre o sistema financeiro alemão e o apoio financeiro ao movimento nacional socialista.


1929-1933 – Período em que foi provocada uma profunda crise económica na Alemanha e aos nazis foi dada a oportunidade de tomarem o poder.


1933-1939 – A cooperação financeira com o regime nazi e o apoio à sua política internacional expansionista, o que significava preparar e desencadear a nova Guerra Mundial.
Durante a primeira fase, a expansão financeira dos EUA sobre a Europa foi tornada possível principalmente pelo endividamento do tempo da guerra e o problema estreitamente relacionado das reparações alemãs. Além de formalmente ficarem envolvidos na I Guerra Mundial, os EUA proporcionaram US$8,8 mil milhões em empréstimos aos seus aliados. A maior parte do dinheiro foi para a Grã-Bretanha e a França. Quando no endividamento geral do tempo da guerra se incluem os empréstimos proporcionados pelos EUA em 1919-1921, ele totaliza mais de US$11 mil milhões [1] . Por sua vez, os países que receberam os créditos tentavam resolver os seus problemas às expensas da Alemanha sobre a qual impuseram enormes reparações a serem pagas em termos extremamente pesados. A saída de fluxos financeiros e a inevitável evasão fiscal dentro da Alemanha sob estas condições deixaram-na com um défice orçamental de tais proporções que só podiam ser compensados pela desmedida impressão de dinheiro a qual disparou um colapso da divisa alemã. Em 1923 a inflação na Alemanha atingiu os 578,513% e US$1 valia 4,2 milhões de milhões de marcos. Os industriais alemães começaram a ignorar abertamente as exigências de reparação, sendo o resultado a crise de Janeiro de 1923 durante a qual o Ruhr foi ocupado pela França e pela Bélgica.

Isto foi exactamente a situação que os círculos dirigentes anglo-americanos aguardavam, pois – quando a França envolveu-se e demonstrou incapacidade total – apresentou-se-lhes a oportunidade de assumir o comando. O secretário de Estado dos EUA, C.E. Hughes, disse que os EUA estavam à espera de a Europa ficar pronta para aceitar a oferta estado-unidense. [2]

Os contornos do novo projecto foram traçados no J.P. Morgan and Co. a pedido do governador do Banco da Inglaterra, Montagu Norman . Era baseado na ideias do representante do Dresdner Bank, Hjalmar Schacht, as quais havia formulado em Março de 1922 para John Foster Dulles, o qual fora um conselheiro legal do presidente Woodrow Wilson na Conferência de Paz de Paris e subsequentemente o secretário de Estado dos EUA sob D. Einsenhower. Dulles passou o documento de Schacht ao principal emissário da J.P. Mongan and Co. e depois disso a J.P. Morgan recomendou J. Schacht a M. Norman e ele aos líderes da República de Weimar. Em Dezembro de 1923 J. Schacht foi nomeado presidente do Reichsbank e foi providencial para juntar os círculos financeiros anglo-americanos e alemão. [3]

No Verão de 1924 o projecto que se tornou conhecido como Plano Dawes (de acordo com o nome do presidente do grupo de peritos que o redigiu, um banqueiro estado-unidense que dirigia um dos bancos do grupo Morgan) foi adoptado na Conferência de Londres. Ele previa reduzir as reparações à metade e especificava de que fontes o dinheiro para pagá-las deveria ser retirado. Numa perspectiva mais ampla, a prioridade era criar um ambiente hospitaleiro aos investimentos estado-unidenses, sendo a estabilização do marco alemão um pré requisito. Um grande crédito – US$200 milhões (800 milhões de marcos) – foi concedido à Alemanha, metade da quantia vindo do J.P. Morgan. No processo, os bancos anglo-americanos ganharam controle não só sobre a transferência de pagamentos da Alemanha como também sobre o orçamento do país, a circulação monetária e numa grande medida sobre o seu sistema bancário. Em Agosto de 1924 a Alemanha emitia uma nova divisa, a sua situação financeira tornava-se relativamente estável e, como escreveu G. Preparata, a República de Weimar estava pronta para a mais espectacular assistência económica da história à qual seguir-se-ia a pior tragédia mundial – o sangue americano fluía dentro das veias financeiras da Alemanha. [4]

As consequências seguiram-se imediatamente.

Primeiro, emergiu o chamado círculo absurdo de Weimar porque as reparações anuais foram gastas pelos aliados dos EUA para reembolsarem as suas dívidas. O ouro que a Alemanha entregava como reparações era vendido e aterrava nos EUA, de onde retornava como ajuda à Alemanha de acordo com o plano. Então a Alemanha passava-o outra vez para a Grã-Bretanha e a França, e ambos usavam-no para reembolsar as suas dívidas do tempo da guerra aos EUA. Os EUA ganhavam juros sobre o ouro e enviavam-no de volta para a Alemanha. Em resultado, todos na Alemanha sobreviviam a crédito e era claro que se a Wall Street retirasse os créditos seguir-se-ia a completa bancarrota do país. Sob tal cenário os bancos dos EUA não teriam sofrido danos uma vez que vendiam os títulos que obtinham em retorno dos créditos a cidadãos dos EUA.

Segundo, embora formalmente os créditos fossem concedidos para facilitar pagamentos, na realidade a Alemanha estava a reconstruir o seu potencial militar-industrial. Estava a pagar os créditos com acções de companhias alemãs e no todo o processo traduzia-se na integração activa dos capital estado-unidense na economia alemã. Um total de aproximadamente 63 mil milhões de marcos ouros foram injectados na economia alemã em 1924-1929 (30 mil milhões dos quais na forma de empréstimos), enquanto as reparações montavam a apenas 10 mil milhões [5] . Uns 70% dos recursos financeiros vieram de bancos dos EUA, principalmente do J.P. Morgan. Já em 1929 a indústria da Alemanha evoluía para a segunda maior do mundo, sendo em grande medida controlada pelos principais grupos estado-unidenses.

A IG Farben, por exemplo, que foi o fornecedor número um do exército alemão – e também cobriu 45% do custo da campanha eleitoral de A. Hitler em 1930 – estava sob o controle da Standard Oil de Rockefeller. Os Morgans controlavam os grandes das indústrias electro-técnicas e de rádio alemãs – AEG e Siemens – via General Electric (a GE detinha 30% da AEG em 1933) e 40% da rede telefónica alemã – via ITT Corporation, que também possuía 30% do fabricante de aviões Focke-Wulf. A General Motors, a qual pertencia à família Dupont, ganhou o controle da Opel. Henry Ford possuía 100% das acções da Volkswagen. O segundo maior monopólio industrial da Alemanha, a Vereinigte Stahlwerke possuída por Thyssen, Flick, Wolff, Vogler e outros, foi criado em 1926 com a ajuda da Dillon, Read & Co. de Rockfeller. [6]

A cooperação estado-unidense com o complexo militar-industrial alemão era tão vasta e intensa que em 1933 os bancos dos EUA controlavam os principais sectores da indústria alemã e bancos como o Deutsche Bank, Dresdner Bank, etc. Os concederam mais de 150 empréstimos a longo prazo durante sete anos para atingirem o objectivo e o Plano Dawes é muitas vezes mencionado como o primeiro plano quinquenal da Alemanha anterior à guerra.

Como um processo paralelo os mesmo actores promoveram a força política que deveria desempenhar o papel chave na realização dos planos anglo-americanos. Ao partido nazi e pessoalmente a Adolf Hitler foram dados generosos apoios financeiros.

Constituído em 1919, o partido nazi entrou na fase de crescimento só na Primavera de 1922 quando o seu líder começou a receber financiamento substancial. O antigo primeiro-ministro Heirich Brüning afirmou por escrito que a partir de 1923 recebeu grandes somas de dinheiro do exterior. A sua fonte era obscura mas sabia-se que elas chegavam através de bancos da Suíça e da Suécia. Também se sabe que em 1922 teve uma reunião como o adido militar dos EUA na Alemanha, capitão Truman Smith, o qual apresentou a Washington um relato pormenorizado da mesma com uma avaliação positiva de Hitler. Foi Smith que apresentou ao círculo de Hitler o licenciado por Harvard Ernst Franz Sedgwick Hanfstaengl (Putzi) , um indivíduo que teve séria influência sobre Hitler nos anos de formação da sua carreira política, proporcionando-lhe apoio financeiro substancial e conectando-o a políticos britânicos de alto escalão. [7] Hanfstaengl deixou a Alemanha em 1937 e serviu como conselheiro de Roosevelt durante a II Guerra Mundial.

Hitler foi condicionado para actuar em altos escalões políticos, mas o seu partido estava destinado a permanecer periférico enquanto a prosperidade da Alemanha continuasse. A perspectiva para ele mudou subitamente quando irrompeu a crise.

A terceira fase da estratégia dos círculos financeiros anglo-americano começou a materializar-se no fim de 1929, a seguir ao crash do mercado de acções dos EUA provocado pelo Federal Reserve. É indicado dos planos de grande alcance que já em 1928 a Wall Street começasse a cancelar créditos para a Alemanha. Após o colapso financeiro nos EUA, o Banco da Inglaterra, o Federal Reserve e o J.P. Morgan decidiram cortar créditos à Alemanha e portanto dispararam uma crise bancária e uma depressão económica na Europa Central. Em Setembro de 1931 a Grã-Bretanha abandonou o padrão ouro, assim destruindo deliberadamente o sistema de pagamentos internacional e, entre outras coisas, sufocando financeiramente a República de Weimar. Mesmo um prolongamento mínimo de créditos proporcionados moderadamente podia impedir a crise [8] mas Hjalmar Schacht inesperadamente optou por demitir-se, e o novo presidente do Reichsbank, Hans Luther, nomeado a pedido de Montagu Norman e do responsável executivo chefe do Federal Reserve, George Harrison , obedientemente absteve-se de quaisquer tentativas de impedir o colapso dos principais bancos alemães.

Ao mesmo tempo, o Partido Nacional Socialista Alemão experimentou uma espécie de milagre financeiro. Tendo recebido donativos maciços da Thyssen, IG Farben e Kirdorf teve 6,4 milhões de votos em Setembro de 1930 e tornou-se o partido número dois no Reichstag. Após o êxito eleitoral ele começou a receber generosas entradas financeiras do exterior. Hjalmar Schacht actuava como a ligação entre industriais alemães e centros financeiros estrangeiros.

Em Outubro de 1931 A. Rosenberg visitou Londres e encontrou-se com os principais banqueiros e homens de negócios britânicos, incluindo Montagu Norman, o presidente da Royal Dutch-Shell Henri Deterding que deu a Hitler 10 milhões de marcos antes de 1933, e Frank Tyarks presidente do Schroder Bank filiado ao J. Henry Schroder Bank AG de Nova York e o Stein Bank com sede em Colónia possuído pelo barão Kurt von Schroder. O Schroder Bank ocupava uma posição extremamente influente na rede bancária global e era membro do círculos estreito de bancos de Londres que tinham influência reconhecida sobre a administração do Banco da Inglaterra. Tyarks era o confidente de Schroder no Banco da Inglaterra em 1918-1945. Schroder também mantinha relações estreitas com Morgan e Rockefeller e seus interesses eram representados oficialmente na Wall Street por Sullivan e Cromwell, uma firma legal que empregava John Foster e Allen Dulles (o último participava no conselho de directores do banco de Schroder).

As conexões eram de importância crucial para os nazis desde quando – depois de 1931 – o barão von Schroder e Schacht pediram aos industriais e magnatas financeiros da Alemanha para apoiar os nazis e a primeira pergunta que eles lhes fizeram era como a comunidade financeira internacional e Montagu Norman em particular viam a perspectiva de um governo alemão liderado por Hitler e se eles estariam prontos a conceder créditos. A resposta foi positiva e em 4 de Janeiro de 1932 Hitler encontrou-se com Papen na villa de Kurt von Schroder e fizeram um acordo secreto para o apoio do Partido Nacional Socialista Alemão, o qual na altura estava sobrecarregado com enormes dívidas. Os irmãos Dulles também estavam presente, o que é um facto que os seus biógrafos preferem não mencionar [9] . Outra reunião entre Hitler, Schroder, Papen e Kepler, durante a qual o programa de Hitler foi plenamente aprovado, teve lugar em 14 de Janeiro de 1933. A decisão de transferir o poder para os nazis foi tomada durante esta reunião e em 30 de Janeiro Hitler tornou-se o chanceler do Reich. Estes desenvolvimentos abriram a quarta fase da implementação da estratégia.

Os círculos dirigentes anglo-americanos encaravam o novo governo alemão bastante favoravelmente. Quando Hitler se recusou a pagar reparações, pondo em risco o esquema da Grã-Bretanha e da França de reembolso das suas dívidas de guerra, nenhum dos dois países reagiu com quaisquer reclamações. Além disso, os EUA concederam um total de US$1 mil milhões em novos créditos à Alemanha em Maio de 1933 a seguir à visita aos EUA de Schacht, que foi reintegrado como presidente do Reichsbank, onde manteve reuniões com o presidente dos Estados Unidos e os principais banqueiros da Wall Street. Schacht também visitou Londres em Junho, encontrou-se com Norman e conseguiu obter um empréstimo de US$2 mil milhões da Grã-Bretanha bem como uma renúncia a velhas dívidas. Portanto os nazis alcançaram o que governos alemães anteriores não podiam sequer sonhar.

Quando um grupo de grandes banqueiros encontrou-se com Norman para discutir a situação política na Europa no princípio de 1934, a Alemanha foi avaliada como força estabilizadora. Norman visitou Berlim em Maio do mesmo ano para efectuar um acordo sobre o apoio financeiro secreto ao novo regime. No Verão de 1934 a Grã-Bretanha assinou o acordo de transferência britânico-germânico o qual tornou-se um dos fundamentos da política britânica nas relações com o Terceiro Reich e no fim da década de 1930 a Alemanha tornara-se o principal parceiro comercial da Grã-Bretanha. Ao mesmo tempo, a Grã-Bretanha restaurou em 1931 a moratória sobre o reembolso de dívidas relativas ao Plano Dawes e de todas as dívidas da Alemanha a bancos britânicos. Além disso, Montagu Norman avançou um novo empréstimo de 4 milhões de libras aos nazis a fim de injectar liquidez adicional à economia alemã. Companhias privadas alemãs, tais como a IG Farben, também puderam tomar dinheiro emprestado na Grã-Bretanha enquanto o Banco da Inglaterra advertia os seus empregados de que o assunto era estritamente confidencial. [10] O Schroder Bank serviu como o principal agente da Alemanha na Grã-Bretanha e em 1936 a sua divisão de Nova York fundiu-se com o império Rockefeller para formar o banco de investimento Schroder Rockefeller and Co. o qual The Times descreveu como o propagandista económico do eixo Berlim-Roma.

Finalmente, em 1939, a Alemanha reembolsou apenas 10% do seu endividamento de 1932, mas os círculos financeiros internacionais continuaram a ser gentis com os nazis. Hitler disse que o seu plano de quatro anos era baseado em créditos externos e ele nunca teve quaisquer preocupações de que se levantassem problemas quanto a isto.

Sob o regime nazi, o dinheiro estrangeiro na Alemanha aumentou principalmente na base de investimentos directos. Em Agosto de 1934 a Standard Oil comprou 730 mil acres [295.422 hectares] de terra na Alemanha para construir refinarias, as quais abasteciam os nazis com combustível. Aproximadamente ao mesmo tempo, equipamentos avançados dos EUA no valor de US$1 mil milhões foram entregues secretamente a fábricas de aviões alemãs. A Pratt and Whitney, a Douglas e a Bendix Aviation forneceram à Alemanha um grande número de patentes militares e os Junkers 87 alemães eram fabricados utilizando tecnologias importadas dos EUA. Em 1941 os investimentos estado-unidenses na Alemanha atingiam US$475 milhões. A Standard Oil investiu US$120 milhões, a General Motors US$35 milhões, a ITT US$30 milhões e a Ford US$17,5 milhões [11] .

O Bank for International Settlements , criado em 1930 no âmbito do Plano Young para regular a extracção e distribuição das reparações alemãs, desempenhou um papel particular na manutenção das ligações entre os círculos financeiros dos EUA e da Alemanha. Inicialmente estabelecido para controlar a transferência de divisas estrangeiras da Alemanha para o exterior, assumiu uma missão oposta e começou a actuar como canal para despejar dinheiro dos EUA e da Grã-Bretanh nas reservas nazis. No princípio da II Guerra Mundial o Bank for International Settlements estava sob o controle total de Hitler apesar de ser dirigido por Thomas McKittrick, um americano. O novo objectivo foi inventado pelo mesmo Hjalmar Schacht, que almejava criar uma instituição capaz de manter os banqueiros do mundo conectados no caso de um conflito militar global. Para este objectivo, os estatutos do Bank for International Settlements garantiam que ele permaneceria intacto – não sujeito a confisco, liquidação ou controle – sob quaisquer circunstâncias.

A estreita cooperação financeira e económica entre os anglo-americanos e os círculos de negócios nazis foi o pano de fundo das políticas de apaziguamento e do Acordo de Munique. Nos dias de hoje, quando a elite financeira global está a implementar o seu plano de Grande Depressão-2 como um prólogo para a instituição da "nova ordem mundial", é uma tarefa urgente revelar o papel chave que a mesma desempenhou na organização dos crimes do passado contra a humanidade.


24/Julho/2009

Notas
1. A.A. Gromyko. Foreign Expansion of Capital. History and Modernity. Moscow, Mysl Publishers, 1982. P. 84
2 Ver: History of Diplomacy. Moscow. Political Literature Publishers, 1965. V. 3, P. 357
3 G. Preparata, "Conjuring Hitler: How Britain and America Made the Third Reich"
4 Ibid. P. 34
5 History of Diplomacy, P. 502.
6 Ver: C.Sutton A. Wall Street and the Rise of Hitler. Arlington House Publishers, New Rochelle, New York. 1976, http://www.reformation.org/wall-st-hitler.html . R. Epperson. The Invisible Hand. Viewing History as Conspiracy. Kyiv, 2003
7 Ver; Sutton, Opt. Cit. Starikov. Who Made Hitler Attack Stalin. St. Petersburg, Piter Publishers, 2008. P. 78-80
8 F. Engdal. Century of War -Anglo-American Oil Politics and the New World Order. Pluto Press, 2004
9 Mullins E. Secrets of the Federal Reserve. Published by the Federal Reserve Bank of Boston in its seventh printing, 1982, http://www.apfn.org/apfn/reserve.htm
10 Preparata, Ibid. Nenhuma evidência referente ao assunto pôde ser encontrada nos arquivos do banco.
11 Ch. Higham's Trading With the Enemy: An Expose of the Nazi-American Money Plot, 1933-1949. Escrito com base em materiais desclassificados em 1978-1980, proporciona o quadro mais completo da cooperação financeira, económica e política entre os EUA e os negócios alemães na época antes e durante a guerra.

O original encontra-se em http://en.fondsk.ru/article.php?id=2320

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

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