terça-feira, 26 de maio de 2009

A CHINA, OS IDOSOS E O DESEQUILÍBRIO ENTRE OS SEXOS.

Enquanto vive um processo de queda abrupta das taxas de natalidade, a China – o país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes - está envelhecendo: em 2005, a quantidade de chineses com 60 anos ou mais correspondia a 11,3% da população, ou cerca de 147 milhões de pessoas. Em 2010, essa fatia deve aumentar para 12,57% da população, ou 174 milhões de pessoas. Os números são da Comissão Nacional de População e Planejamento Familiar, responsável pela política do filho único desde a década de 80.

Paralelamente a isso, destaca-se uma contradição: a falta de boas condições de vida para os mais velhos, num país em que previdência, para muitos, significa ser sustentado pelo filho – isso somente se ele tiver nascido homem - e o controle de natalidade é rígido e permite apenas um filho por casal, com exceções para determinados casos e regiões.

O número de idosos que recebem aposentadoria na China se limita a 48 milhões, de acordo com o governo do país. Essas pessoas se concentram nas grandes cidades. O sistema previdenciário urbano existe somente desde 1997. Os empregadores contribuem com o equivalente a 20% do salário do funcionário, que por sua vez contribui com 8%. Para se aposentar é preciso ter sido contribuinte por pelo menos 15 anos quando atingir a idade mínima, que é de 60 anos para os homens, 55 anos para as mulheres filiadas ao Partido Comunista e 50 para as demais.

Pela tradição, filho homem cuida dos pais idosos

Ao limite de apenas um filho por casal imposto pelo governo chinês, associa-se a questão da grande discrepância entre o número de homens e mulheres que compõem a população chinesa. A proporção varia entre 100 meninas para cada 117 homens e 100 para cada 130, em determinadas regiões da China, segundo o censo realizado no ano de 2000.

De acordo com a tradição chinesa, o filho homem cuida dos pais e os sustenta quando eles envelhecem, e por ser mais forte pode também trabalhar na lavoura. Enquanto isso, as meninas, quando se casam, vão embora de casa e não acompanham os pais na velhice. Há ainda a questão do dote: as mulheres historicamente dão um dote para a família dos maridos – o que acaba associando o homem à riqueza e a mulher ao prejuízo para a família.

Nas áreas rurais, os casais que têm uma filha podem engravidar novamente, com o objetivo de ver se na segunda vez nasce um menino. Nas áreas que contêm parques industriais, é permitido que casais tenham dois filhos. Em qualquer lugar da China, casais podem engravidar uma segunda vez se tiverem o primeiro filho com algum problema físico ou mental. A regra geral é de apenas um filho, desde 1979. O limite, mesmo quando permitidas as exceções, é sempre de dois filhos por casal.

Para evitar o peso que recai sobre os filhos de sustentar os pais idosos por falta de um programa de previdência social eficiente, o governo da cidade de Cantão vem pedindo, de forma inédita, que os casais formados por filhos únicos tenham dois filhos. O objetivo é combater o rápido envelhecimento da população e garantir mão-de-obra para algumas indústrias, que vêm enfrentando uma nunca vista falta de empregados qualificados. Ao mesmo tempo, com a intenção de ajudar os filhos únicos que têm filho a sentir menos o peso de sustentá-lo e ainda ser responsável por seus pais, o Comitê de Planejamento Populacional e da Família de Cantão afirmou também que irá submeter à prefeitura uma proposta de estabelecimento de uma linha de crédito subsidiada para as famílias com dificuldades de criar filhos.

A vontade dos casais de terem um bebê do sexo masculino e a rígida política de controle de natalidade estão relacionados aos abortos freqüentemente cometidos quando os pais descobrem que o feto é do sexo feminino - mesmo sendo ilegais o aborto e as esterilizações forçadas no país. Os médicos da China, apesar de serem proibidos de identificar o sexo do bebê, não estão sujeitos a penalidade legal – apenas administrativa -, pois não há nem mesmo a caracterização legal do que seria um aborto cometido pelo conhecimento prévio do sexo do bebê.

Para mudar esse quadro, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo (CNP) vem tentando aprovar um projeto de lei que tornaria crime a identificação do sexo do feto. Há grupos, por outro lado, que defendem o direito dos pais de saberem o sexo de seus filhos.

Se chegam a ter as filhas, casais não raro as largam na rua ou em orfanatos oficiais, onde se vê pouquíssimos meninos. Além disso, o destino das meninas nascidas pode não ser dos melhores: os cuidados com sua saúde costumam ser mínimos, em relação aos que um garoto receberia – o que parece estar associado aos números da Organização Mundial de Saúde, segundo a qual a mortalidade de crianças abaixo dos cinco anos de idade é de 27 em cada mil entre os meninos e de 36 em cada mil entre as meninas.
Fonte:Opinião e Notícia

Um comentário:

Anônimo disse...

SR BLOGUEIRO...

NÃO SE CHATEIE COM ESSE SEU LEITOR,
MAS, O MOTIVO DE MINHA ESCREVINHADURA NÃO É PARA FAZER COMENTARIO NÃO; E SIM PARA LHE PEDIR UM FAVOR :

TENHO OUVIDO MUITO FALAR EM DEM, OUTRAS VEZES EM DEMO E FICO SEM SABER CONCRETAMENTE O QUE SIGNIFICA ESSA SIGLA;

SERIA POR UM ACASO DEM OU DEMO
DE DEMAGOGOS?

OBRIGADO PELO PRONTO ESCLARESCIMENTO.

boa noite