sábado, 30 de agosto de 2008

PETRÓLEO - O exemplo mexicano.

Depois do triunfo do “não” na terceira fase da consulta popular sobre a reforma energética impulsionada pelo governo de Felipe Calderón, a oposição encabeçada pela Frente Ampla Progressista (FAP) apresentou nesta segunda-feira (25/08) ao Senado mexicano um plano alternativo para reformar a Petróleos Mexicanos (Pemex). A proposta de reforma, construída por mais de cem especialistas, juristas e intelectuais, sugere mudanças e investimentos urgentes que consideram necessários para seu fortalecimento. Para isso, propõem que o financiamento das ações provenha da criação de um fundo constituído essencialmente pelo superávit primário do órgão, uma parte dos excedentes petroleiros. A proposta alternativa foi elaborada por um comitê de intelectuais pertencentes ao Movimento Nacional em Defesa do Petróleo. O projeto também propõe a ampliação dos trens de refinação, acabar com a sub-utilização de suas fábricas petroquímicas abandonadas, ampliar e modernizar os dutos e estabelecer um plano nacional de economia de energia. Depois de render tributo ao ex-presidente Lázaro Cárdenas, que em 1938 decretou a nacionalização da indústria petroleira, representantes do FAP marcharam do Monumento à Revolução, na capital mexicana, até a sede do Senado. Caberá ao Senado dar a última palavra sobre os rumos da Pemex. Carlos Navarete, coordenador dos senadores do Partido Revolucionário Democrático (PRD), que faz parte do FAP, ressaltou a importância de se ter uma iniciativa “de tal qualidade, contundência técnica e precisão jurídica”. Também enfatizou que o projeto conta com o aval dos dois líderes máximos do PRD, Andrés Manuel López Obrador e Cuauhtémoc Cárdenas. Por sua vez, o ex-candidato presidencial Andrés Manuel López Obrador expressou sua aprovação pelo projeto. “A proposta está bem fundada, não é privatizadora, não viola a Constituição e combate a corrupção na paraestatal Pemex”, acrescentou o líder opositor. Prevaleceu o “Não”: Na terceira e última etapa da consulta sobre a reforma energética proposta pelo governo de Felipe Calderón, realizada neste domingo (24/08) em pelo menos 15 entidades, prevaleceu o “não” à privatização da Pemex, conforme divulgado por meios regionais. Cerca de 50 mil pessoas votaram em Jalisco (oeste), de acordo com o presidente nacional do PRD, Raúl Vargas López, que afirmou que 45 mil cidadãos se manifestaram contra a reforma apresentada em 10 de abril pelo Executivo nacional. Nos 18 municípios de Querétaro (centro), instalaram-se 215 mesas receptoras de votos, atendidas por 600 voluntários das redes cidadãs e do Movimento em Defesa do Petróleo, assim como do PRD. Segundo os organizadores, participaram cerca de 13 mil pessoas. Na primeira e segunda consulta popular sobre a Pemex, o “não” foi a resposta mais votada, com 95% na primeira ocasião e 80% na segunda. (Telesur/La Jornada/Brasil de Fato/Redação)

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