terça-feira, 24 de junho de 2008

OLIMPÍADAS - Estudo prevê China à frente dos EUA em medalhas.


O estímulo dado pela condição de sede da Olimpíada, aliado ao forte apoio estatal aos esportes, poderá levar a China a ultrapassar os Estados Unidos e assumir a liderança no número de medalhas dos Jogos de Pequim. É o que aponta análise estatística realizada pela empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers.


De acordo com o estudo, a China pode terminar a disputa com um total de 88 medalhas, uma a mais que o número que pode ser alcançado pelos norte-americanos. O Brasil tem potencial para chegar a um resultado melhor que o de Atenas, em 2004, e elevar seu total de medalhas de 10 para 12.

O autor do estudo, John Hawksworth, analisou o desempenho de todos os países nas últimas cinco Olimpíadas. Também levou em consideração fatores como tamanho da população, renda per capita, história política e papel do Estado no apoio aos esportes. O estudo não pretende prever o resultado da competição, mas definir o número de medalhas que cada país pode conseguir levando-se em conta a análise de todas essas variáveis.

Por esse critério, o Brasil ficou abaixo do seu potencial na última Olimpíada e tem condições de melhorar seu resultado em Pequim, especialmente se for considerado o recente crescimento econômico do país, afirma Hawksworth.

Mas, de todos os participantes dos Jogos, a China é de longe o que pode dar o maior salto no número de medalhas, com aumento de 25 em relação aos Jogos de Atenas. "O papel do Estado no apoio aos esportes é muito forte, e há um sentimento de orgulho nacional na obtenção de uma boa performance", disse Hawksworth ao Estadão, em entrevista telefônica de Londres.

O maior prejudicado com a ascensão chinesa seriam os Estados Unidos, que podem ver seu total de medalhas cair de 103 em Atenas para 87 em Pequim. A simulação estatística aponta que a Rússia ficará em terceiro lugar no ranking, com 79 medalhas, 13 a menos que nos Jogos anteriores.

Na avaliação de Hawksworth, a China e os países que pertenciam ao antigo bloco soviético, incluindo Cuba, têm vantagens em relação aos demais em razão do apoio governamental aos atletas. "Isso demonstra que esporte é uma área onde o planejamento e a intervenção do Estado podem produzir resultados, que persistiam em Atenas, mais de uma década depois do colapso do antigo regime soviético", observa o estudo.

O impacto de ser o anfitrião dos Jogos foi relevante no caso da Austrália, que conquistou 58 medalhas na Olimpíada de Sydney, em 2000, comparadas a 49 nos Jogos de Atenas. Hawksworth ressalta que o efeito foi menos evidente na Grécia, que subiu ao pódio 16 vezes em 2004, apenas três vezes do mais que em 2000. Ainda assim, a diferença é de 20%, o que é relevante do ponto de vista estatístico, ressaltou.

"Em geral, o número de medalhas ganhas aumenta com a população e a riqueza econômica de um país, mas menos do que proporcionalmente: Davi pode às vezes derrotar Golias na arena olímpica, ainda que superpotências como Estados Unidos, China e Rússia continuem a dominar o topo do quadro de medalhas", conclui o estudo.
Fonte: Vermelho.

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